segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PSDB pede mandato de Jorge Jambeiro

Romulo Faro REPÓRTER




A Procuradoria Regional Eleitoral da Bahia (PRE-BA) recebeu ontem do PSDB uma representação contra o vereador Jorge Jambeiro por infidelidade partidária. Ele deixou o ninho tucano há um mês e se abrigou no Partido Progressista (PP). Na ação, o PSDB pede o mandato de Jambeiro. “Faz-se mister que as agremiações partidárias tenham suas ideologias tuteladas para que haja a plena garantia da democracia representativa, hoje tão espezinhada por atos de infidelidade.
Por isso que a desfiliação ou, o que é pior, a troca de partido, transforma uma candidatura em independente e descompromissada para com a ideologia político-partidária, fazendo dessa um elemento secundário no cenário eleitoral, subjugando-a a interesses meramente egocêntricos”, diz trecho do documento entregue à PRE.
No entanto, o vereador se mostrou tranquilo em conversa com a Tribuna e afirmou que já esperava a reação do PSDB. Ele diz que não teme a ação. “Isso não é surpresa. Depois que eu saí do PSDB, parece que o partido sumiu da Bahia, ninguém mais ouve falar no PSDB. Agora, eu fico surpreso porque o partido não pediu o mandato do presidente da Assembleia, o deputado Marcelo Nilo (que migrou do PSDB para o PDT). Não acredito que existe possibilidade de eu perder meu mandato”, minimizou Jorge Jambeiro.
Ele voltou a creditar sua saída a “pessoas” do PSDB, leia-se os deputados federais Antônio Imbassahy e Jutahy Jr., conforme ele mesmo já relatou. O ex-tucano afirma que não tinha intenção de deixar a legenda, mas que o fez por “questão de sobrevivência”. “Não saí por vontade própria. Saí quase por imposição do partido. Não saí para me beneficiar, saí para me defender. Estou completamente tranquilo, tenho certeza de que a Justiça vai entender meus motivos para sair do PSDB”, acredita o vereador progressista.
O deputado Imbassahy foi ouvido pela reportagem e negou qualquer interferência na ação movida pelo partido e refutou perseguição ao vereador Jorge Jambeiro. “Essa informação não corresponde às declarações e às conversas que ele (Jambeiro) tinha com outros vereadores na Câmara Municipal. Ele dizia que teria dificuldade para se reeleger pelo PSDB e que esse seria o motivo da sua saída. O partido sempre tratou o vereador com respeito”, afirmou Imbassahy.
O parlamentar negou também que haja problemas pessoais com o vereador que fujam do universo político. “Existem realmente algumas divergências entre nós dois, mas são só ideias. A última foi quando ele se posicionou a favor da privatização do Elevador Lacerda”, explicou o deputado tucano.
Além de Jorge Jambeiro, mais dois vereadores de Salvador têm processo de infidelidade partidária correndo na Justiça eleitoral: Andréa Mendonça, que deixou o DEM para ingressar no PV; e Adriano Meirelles, que se mudou do PSC para o PR.
Os soteropolitanos não são os únicos na berlinda por causa da troca de partidos. O prefeito de Alagoinhas Paulo César Simões, por exemplo, também está no rol dos “infiéis”. Há três meses ele cansou de ser oposição ao governo do estado, atuando no PSDB, e caiu nos braços do PDT. O PMDB também deixou claro que vai pedir os mandatos dos quadros que deixaram a legenda.

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