Romulo Faro REPÓRTER
A Procuradoria Regional Eleitoral da Bahia (PRE-BA) recebeu ontem do PSDB
uma representação contra o vereador Jorge Jambeiro por infidelidade partidária.
Ele deixou o ninho tucano há um mês e se abrigou no Partido Progressista (PP).
Na ação, o PSDB pede o mandato de Jambeiro. “Faz-se mister que as agremiações
partidárias tenham suas ideologias tuteladas para que haja a plena garantia da
democracia representativa, hoje tão espezinhada por atos de infidelidade.
Por isso que a desfiliação ou, o que é pior, a troca de partido, transforma
uma candidatura em independente e descompromissada para com a ideologia
político-partidária, fazendo dessa um elemento secundário no cenário eleitoral,
subjugando-a a interesses meramente egocêntricos”, diz trecho do documento
entregue à PRE.
No entanto, o vereador se mostrou tranquilo em conversa com a Tribuna e
afirmou que já esperava a reação do PSDB. Ele diz que não teme a ação. “Isso não
é surpresa. Depois que eu saí do PSDB, parece que o partido sumiu da Bahia,
ninguém mais ouve falar no PSDB. Agora, eu fico surpreso porque o partido não
pediu o mandato do presidente da Assembleia, o deputado Marcelo Nilo (que migrou
do PSDB para o PDT). Não acredito que existe possibilidade de eu perder meu
mandato”, minimizou Jorge Jambeiro.
Ele voltou a creditar sua saída a “pessoas” do PSDB, leia-se os deputados
federais Antônio Imbassahy e Jutahy Jr., conforme ele mesmo já relatou. O
ex-tucano afirma que não tinha intenção de deixar a legenda, mas que o fez por
“questão de sobrevivência”. “Não saí por vontade própria. Saí quase por
imposição do partido. Não saí para me beneficiar, saí para me defender. Estou
completamente tranquilo, tenho certeza de que a Justiça vai entender meus
motivos para sair do PSDB”, acredita o vereador progressista.
O deputado Imbassahy foi ouvido pela reportagem e negou qualquer
interferência na ação movida pelo partido e refutou perseguição ao vereador
Jorge Jambeiro. “Essa informação não corresponde às declarações e às conversas
que ele (Jambeiro) tinha com outros vereadores na Câmara Municipal. Ele dizia
que teria dificuldade para se reeleger pelo PSDB e que esse seria o motivo da
sua saída. O partido sempre tratou o vereador com respeito”, afirmou
Imbassahy.
O parlamentar negou também que haja problemas pessoais com o vereador que
fujam do universo político. “Existem realmente algumas divergências entre nós
dois, mas são só ideias. A última foi quando ele se posicionou a favor da
privatização do Elevador Lacerda”, explicou o deputado tucano.
Além de Jorge Jambeiro, mais dois vereadores de Salvador têm processo de
infidelidade partidária correndo na Justiça eleitoral: Andréa Mendonça, que
deixou o DEM para ingressar no PV; e Adriano Meirelles, que se mudou do PSC para
o PR.
Os soteropolitanos não são os únicos na berlinda por causa da troca de
partidos. O prefeito de Alagoinhas Paulo César Simões, por exemplo, também está
no rol dos “infiéis”. Há três meses ele cansou de ser oposição ao governo do
estado, atuando no PSDB, e caiu nos braços do PDT. O PMDB também deixou claro
que vai pedir os mandatos dos quadros que deixaram a legenda.
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