segunda-feira, 7 de novembro de 2011

'Aquela Gretchen do bumbum morreu faz tempo', diz cantora


São Paulo - Sempre polêmica, Gretchen mais uma vez surpreendeu ao chegar no Brasil após repercussão de seu emprego como garçonete nos Estados Unidos. Vinda com exclusividade para ser a atração de destaque da edição da Squat Party, no Estúdio Emme, em São Paulo, ela atendeu a equipe do site iG a portas fechadas na noite de sábado.

Apesar do entrosamento com a equipe de reportagem e de não se cansar de dizer que "está de volta", a eterna musa do bumbum surpreendeu quando se recusou a fazer uma foto que ressaltasse o seu mais famoso atributo. “Isso não existe mais. Isso é coisa de Rita Cadillac, não é comigo. É outra história, outra vida. Aquela Gretchen do bumbum morreu faz tempo”, decretou ela um tanto alterada.
Foto: Ag. News
Foto: Ag. News
Já mais calma, Gretchen não conseguia esconder o sorriso no rosto ao falar sobre o foco principal de sua vida nesses últimos tempos, que é vivenciar a verdadeira maternidade. Para ela, este é o motivo real de sua ida para os Estados Unidos.

“Eu vivia extremamente pro meu trabalho e hoje estou me cuidando: tenho uma vida de dona de casa e cuido dos meus filhos. Estou mais tranquila e esse era o meu objetivo”, contou a cantora, que revelou ter se cansado de ser "uma mãe por telefone".

Com uma vida totalmente diferente da que levava quando vivia integralmente de shows, Gretchen se diz uma mulher como todas as outras, a "Maria", seu nome de batismo.

Com catorze casamentos no currículo, ela diz que até pensa em subir ao altar novamente, mas da próxima vez as coisas devem ser muito bem pensadas. Tudo porque credita o fracasso de seus relacionamentos a uma espécie de maldição que acontece com mulheres como ela, aprendizado que veio da clássica frase do filme "Gilda", de Rita Hayworth, com quem se compara: “Os homens dormem com a Gretchen e acordam com a Maria”.

Com trinta e cinco anos de carreira artística, Gretchen disse não se arrepender de nada no passado. Só não faria filmes pornôs novamente. E de jeito nenhum!: “Sempre tive e tenho muita coragem pra fazer qualquer coisa da minha vida. Mas isso não”.

Ao subir no palco, relembrou os sucessos Freak Le Boom Boom (1979), Conga Conga Conga (1981) e Melô do Piripipi (Je Suis La Femme - 1982) e levou a platéia a loucura com seu rebolado comedido, mas não menos “rebolado”. Ainda presenteou os fãs com uma versão de The Lazy Song, do astro americano Bruno Mars. “Gravei nos Estados Unidos em inglês. Essa é a primeira e única apresentação. É um presente por tudo o que vocês são na minha vida”, disse ela no microfone.

Confira a entrevista:

Você não quis fazer a foto do bumbum que é sua marca registrada. Você não quer mais ser associada a mulher sensual, sexy, fatal, que sempre foi?
Gretchen: A sensualidade não está em ser vista sexy ou se fazer sensual. A sensualidade está em mim. É no meio jeito de falar, mexer no cabelo, andar, de ser. É o modo como você se comporta, a sensualidade está dentro de você. Ou você é ou não é. Já ser lembrada pelo meu bumbum, estou até hoje na mídia foi por causa desse nome. Isso não vai mudar nunca. O brasileiro gosta de bumbum e eu com 52 anos posso dizer que ainda tenho um que seja satisfatório para o Brasil.

Como você cuida dele? Ele já sofreu alguma intervenção cirúrgica?
Gretchen: O bumbum é natural e faço principalmente o pilates que deixa ele durinho e tonificado.
Foto: Ag. News
Foto: Ag. News
Foi meio que uma fuga ter ido embora do Brasil para cuidar da sua vida pessoal?
Gretchen: Não fuga. Fui para viver uma vida pra mim. Tenho horário marcado para ir a academia, ir numa reunião de escola, estar presente quando meus filhos vão dormir. Eu não quero esperar chegar aos 60 anos para dizer que eu passei a minha vida e não vivi. Eu estou jovem ainda, com saúde, podendo fazer coisas que eu nunca fiz. A mulher depois dos cinquenta anos de idade chega num momento da vida que ou você decide viver bem, escolher uma boa qualidade de vida para você ou você irá ter uma velhice muito difícil. E eu escolhi viver bem. Os trinta e seis anos que eu tive de carreira eu dediquei a minha juventude inteira para esse trabalho.

E o que seriam essas coisas?
Gretchen: Chegou o meu momento de poder estar num sábado a noite e ir pra casa da vizinha fazer churrasco, conversar até as dez horas da noite, dormir cedo, acordar cedo, passear nos parques de mãos dadas com meus filhos, coisas que eu nunca fiz.

Você não está renegando sua carreira?
Gretchen: De jeito nenhum. Mas só que hoje, quero me dar esse momento. É um presente pra mim, uma coisa minha.

Mas você está fazendo shows pelos Estados Unidos. Almeja uma carreira internacional?
Gretchen: Não. Eu tenho feito alguns shows porque tenho que ter respeito pelo povo brasileiro que vive lá e que quando ficou sabendo que eu estava lá enlouqueceu e pediu realmente que eu fizesse, então, porque se eu quisesse estaria trabalhando com isso, mas eu não quero.

Você queria privacidade nessa nova vida. Isso é uma coisa difícil de se ter quando se é artista. Você cansou de ser famosa?
Gretchen: Não é isso. É que eu não estava conseguindo mais ter uma vida normal. Mas eu pensei que quando eu chegasse lá fora fosse conseguir. Nem lá eu tenho conseguido. Se eu ando nos shoppings as pessoas continuam me reconhecendo, hoje eu percebo que inclusive na parte da América Central, os hispânicos me conhecem, e americanos também.

Como está sendo morar nos Estados Unidos? O que mudou na sua rotina daqui e de lá?
Gretchen: Meus filhos estão gostando muito e tudo é novidade. Estão vivendo uma nova cultura, uma nova rotina, e eu também. Aqui no Brasil somos mal acostumados com o trânsito, violamos muitas coisas que são necessárias fazer, como por exemplo, obedecer regras de trânsito. Lá é tudo diferente. Tenho horário para ir a academia e na clínica de estética, para o meu office, durmo cedo. Estou fazendo curso de inglês. Está perfeito. Moro em um condomínio. Minha casa é bem menor que a do Brasil porque lá não temos empregados, fazemos tudo. Meus filhos estão dividindo essa experiência de não ter empregados como babás, arrumadeira, motorista, caseiro, jardineiro. Tá sendo muito legal. Levantamos cedo, dou café pra eles aí um passa aspirador, outro passa o pano, outro tira o pó. Estão vivendo uma vida diferente.

É uma mudança radical abandonar a mordomia para viver uma vida simples. Como está sendo isso?
Gretchen: Meus filhos preferiram trocar a mordomia pela minha presença. Para eles isso é mais importante. Meu filho mais velho falou que quando eu pisasse no avião, antes de embarcar, eu não seria mais a Gretchen, seria a Maria Odete, mãe deles. A partir daí é o que eu tenho vivido pra eles. Eles estão curtindo isso. No Brasil, as pessoas não respeitavam a presença deles quando estávamos juntos.

Então você está vivenciando a maternidade somente agora?
Gretchen: Sim. Antes eu era mãe por telefone agora posso ser mãe de verdade. Tenho um bebê de um ano e meio (Valentina Yasmin, única adotada dos seis filhos) que troco fralda, dou mamadeira, faço dormir, dou banho. Era tudo que eu sempre quis poder ver um bebê meu crescer porque nunca tive essa oportunidade de ver andar, começar a falar. Semana retrasada ela me chamou de mãe. Também faço tarefa com as crianças, passeamos de mãos dadas. Estou conseguindo viver um momento único na minha vida, me dedicar completamente pros meus filhos. Para mim está sendo maravilhoso.

Você não tem Green Card (visto de permanência) para morar no Estados Unidos. Se casaria com um americano para conseguir um? Pretende ficar por quanto tempo lá?
Gretchen: Jamais me casaria com um homem por causa de um documento. Sou artista e posso conseguir o meu Green Card pelo nome que eu tenho aqui no Brasil, por todos os anos de trabalho. Poderia entrar com um pedido. Mas, por enquanto, meu objetivo não é me fixar lá. Só estou lá. Eu ainda tenho um tempo de visto para poder estudar, conhecer melhor, me adaptar com tudo o que está acontecendo e, quem sabe, futuramente... ou não. A gente nunca sabe, né?

Está solteira?
Gretchen: Estou conhecendo uma pessoa. Ele é cantor de forró e mora no Brasil. Por enquanto não temos nada. Nos conhecemos em João Pessoa, quando eu morava lá e éramos amigos. Conversamos pela Internet mas não temos um contato verdadeiro.

Brasileiro que vive no Brasil? Mas está tão longe? E os americanos, não terão uma oportunidade?
Gretchen: Estou conhecendo pessoas e na academia que eu frequento, que é a mais famosa de Orlando, a Gold's Gym, a todo momento, os homens de lá veem uma mulher brasileira, diferente do que eles estão acostumados. Acabo sendo motivo de questionamento: quem é ela, que corpo maravilhoso, uma mulher de cinquenta e poucos anos com esse corpo! Para eles isso não é comum. Pode até acontecer de eu conhecer alguém e me casar.

Depois de catorze casamentos, seis no papel, você arriscaria um novo casamento então?
Gretchen: É lógico, com certeza. Eu não tenho nenhuma vontade de viver sozinha. Pelo contrário, eu quero um marido, um pai pros meus filhos, estar com alguém. Não sou feminista, sou extremamente feminina e gosto de ter um homem do meu lado.

Você consegue olhar para trás e ver qual foi o motivo de seus relacionamentos não terem dado certo?
Gretchen: Eu estava no avião vendo o filme Notting Hill (1999) e eu me identifiquei muito com esse filme. Tem um momento que a Julia Roberts fala uma frase dita pela Rita Hayworth, em Gilda, em que as pessoas dormem com a artista e acordam com o ser humano. É mais ou menos isso. Os homens dormem com a Gretchen e acordam com a Maria e a Maria quer fazer comida, cuidar dos filhos, ter uma vida normal e pra eles isso acabava o encanto.

É mais provável que você se case com um estrangeiro?
Gretchen: Lá (nos EUA), se eu for casar, a pessoa vai casar com a Maria porque o meu nome lá é Maria Miranda. Eu não sou a Gretchen e ninguem sabe quem é ela. O restaurante se chama Fast MaCris, que é o meu nome, Maria, e o da minha sócia, Cristina. Lá não existe Gretchen. É o que eu quero. Não importa a nacionalidade, desde que se case com a Maria.

Você já declarou que se prostituiria para sustentar seus filhos. O que mais faria?
Gretchen: Com certeza. Mas tem tantas coisas que eu sei fazer. Poderia ser até garçonete (risos).

E voltar a fazer filmes pornôs? Agora você vive em um país que é considerado a maior indústria pornográfica do mundo. O cachê deve ser alto!
Gretchen: De jeito nenhum. Em hipótese nenhuma. Isso eu já declarei mil vezes desde quando eu fiz. Isso está descartado na minha vida. Por dinheiro nenhum.

Mas você se arrepende disso? De alguma coisa que tenha feito?
Gretchen: Nunca me arrependi de nada do que fiz e faço. Tudo é uma experiência: se foi bom, você aproveita, se foi ruim, você descarta.

Quem foi a Gretchen?
Gretchen: A Gretchen foi um ídolo no Brasil e hoje eu tenho certeza que é um ícone. E vai ser pra sempre. A Gretchen jamais vai ser esquecida. Estou a oito mil quilômetros e as pessoas me reconhecem. Eu acho que a partir do momento que você faz um nome e que ele fica gravado na história da música como está o meu, é para sempre.

Já da pra sentir falta do Brasil?
Gretchen: Esse é um momento que não estou sentindo falta de nada. Tem muito pouco tempo que estou lá mas até que sinto falta da praia, principalmente, do povo pernambucano, mas lá tem muito nordestino, graças a Deus, pelo menos estou podendo ouvir o sotaque que é uma coisa que me faz muita falta.

As informações são do IG

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