sábado, 5 de novembro de 2011

Ministro do Trabalho demite assessor especial suspeito de envolvimento em fraudes

BRASÍLIA. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, anunciou na tarde deste sábado o afastamento do coordenador de qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos. Ele foi apontado, em reportagem da revista "Veja" deste final de semana, como suspeito de envolvimento em esquema de desvio de recursos federais.
Também neste sábado, reportagem do GLOBO revela que o próprio governo já detectou, por meio da Controladoria Geral da União (CGU), fortes indícios de desvios em convênios do Trabalho com pelo menos 26 entidades em vários estados . Só em Sergipe, a Polícia Federal já abriu cerca de 20 inquéritos e indiciou 20 pessoas suspeitas de envolvimento em irregularidades no uso de R$ 11 milhões, em contrações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
Por meio de sua assessoria, Lupi afirmou desconhecer a existência de investigação da Polícia Federal em Sergipe sobre irregularidades em convênios com ONGs realizados pela pasta para treinamento e qualificação de trabalhadores. Quanto aos inquéritos da Polícia Federal e à investigação da Controladoria Geral da União (CGU) sobre convênios suspeitos, o Ministério do Trabalho informou o desconhecimento do ministro.
Sobre as denúncias de cobrança de propina, a assessoria de Lupi informou que, além da demissão de Santos, ele solicitou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Policia Federal seja acionada para apurar responsabilidades e apontar "o corruptor destas denúncias".
"Não posso admitir que meus 30 anos de vida pública sejam jogados na lama por conta de covardes que se escondem atrás do anonimato das páginas de uma revista. Pedi ao ministro da Justiça que, através da Policia Federal, leve as investigações até o fim, e aponte nomes, registros telefônicos e tudo mais que possa ser identificado como prova", afirmou Lupi, por intermédio da assessoria.
Lupi afirma que, caso as investigações apontem irregularidades, quer que todos os envolvidos sejam punidos: "Tanto o corrupto quanto o corruptor. Mas é preciso que as provas apareçam. Não podemos é viver esta onda de denuncismos covardes e vazios contra o governo da presidenta Dilma".
Na edição da revista "Veja", Anderson Alexandre dos Santos é apontado por dirigentes de duas ONGs, a Oxigênio, do Rio de Janeiro, e Instituto Êpa, do Rio Grande do Norte, como um dos servidores públicos que supostamente participariam de um esquema de extorsão na pasta.
Abaixo, lei a íntegra da nota do Ministério do Trabalho:
"O Ministério do Trabalho e Emprego, através desta nota, informa que todas as denúncias publicadas neste sábado pela Revista Veja serão apuradas através de uma sindicância interna, que contará com o auxílio dos órgãos de controle externo, além da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, assim como determinou o Ministro Carlos Lupi;
- Que o colaborador Anderson Alexandre dos Santos, citado na reportagem, será imediatamente afastado de suas funções até que sejam apuradas todas as denúncias da qual é acusado;
- O Ministério do Trabalho e Emprego também informa que as denúncias, sem comprovação, devem respeitar o princípio do amplo direito de defesa das pessoas ali citadas, evitando assim qualquer prejuízo à imagem da instituição e de seus funcionários;
- Por último, o Ministério do Trabalho e Emprego também garante que não compactua com nenhum tipo de desvio de recursos públicos.
Ministério do Trabalho e Emprego" (O Globo (pais.online@oglobo.com.br)


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/11/05/ministro-do-trabalho-demite-assessor-especial-suspeito-de-envolvimento-em-fraudes-925743835.asp#ixzz1cseK8X3H
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