BRASÍLIA - Um dia depois de afirmar que só deixaria o Ministério do Trabalho se fosse abatido à bala , Carlos Lupi diminuiu o tom nesta quarta-feira e disse que não desafiou a presidente Dilma Rousseff com as declarações concedidas durante entrevista coletiva na terça-feira. Na ocasião, o pedetista disse ainda duvidar que a presidente o demitisse.
- Estou desafiando a onda de denuncismo que o Brasil virou. Eu estou desafiando a gente macular a honra das pessoas sem direito de defesa. Estou desafiando aqueles que mentem. Estou desafiando aqueles que usam da mentira um instrumento para acabar com a reputação das pessoas - declarou o ministro, na abertura do encontro sobre estratégia de inclusão produtiva urbana do Programa Brasil sem Miséria.
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Lupi disse que o assunto está superado e que todos os esclarecimentos já foram prestados ao seu partido, o PDT, e à imprensa. Apesar disso, vai à Câmara na quinta-feira, às 9h30m, para dar explicações na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle
Mesmo havendo requerimentos na pauta para convocação do ministro, a vinda sequer foi aprovada. Integrantes do PDT avisaram que Lupi estaria disposto a dar explicações. A negociação foi feita pelo deputado João Dado (PDT-SP), que acertou por telefone o depoimento.
" Estou desafiando a onda de denuncismo que o Brasil virou "
Perguntado se poderia ser a bola da vez, diante da sucessão de demissões de ministros nos últimos meses, Lupi respondeu:
- Só se for a bola sete, que é a bola que dá a vitória.
" A gente já deu as respostas que tinha que dar "
- Não posso impedir que alguém do vigésimo escalão, na ponta, tenha feito alguma coisa errada. Se tiver feito, cadeia para o corrupto e para o corruptor.
O ministro voltou a classificar a denúncia como vazia e irresponsável e pediu que sejam apresentadas provas relacionadas a supostos pagamentos de propina que envolvam o seu nome.
" Não posso impedir que alguém do vigésimo escalão, na ponta, tenha feito alguma coisa errada "
Sobre o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou a existência de contratos sem fiscalização no ministério, Lupi argumentou que 186 deles, na realidade, não foram disponibilizados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
- O Brasil está dando certo. Muita gente não se conforma com isso e quer inventar muita coisa. Mas estamos com a consciência tranquila.
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