terça-feira, 1 de novembro de 2011

Proposta de referendo grego derruba bolsas em toda a Europa

A declaração do primeiro-ministro da Grécia, Georgios Papandreou, de que o país fará um referendo para saber se a população grega concorda ou não com o plano de resgate da União Europeia causou pânico nos mercados e levou a queda das principais bolsas europeias nesta terça-feira (1).

Em discurso perante membros do seu partido, Papandreou declarou na segunda-feira (31) que o povo deve decidir com um referendo "se aprova ou não o acordo" e afirmou que, "se não ele não for aceito, não será aplicado". "Num momento em que o sistema político é alvo de ataques, é nosso dever mostrar o papel e o dever do cidadão sem intermediários, e isso é o referendo", declarou o primeiro-ministro.


O temor de que os eleitores gregos recusem o plano de resgate financeiro a Atenas, aprovado pela zona do euro e condicionado a medidas impopulares de austeridade econômica, tomou conta dos mercados europeus. A proposta de submeter o resgate a referendo caiu como um balde de água fria e anulou o otimismo gerado pelo acordo obtido na semana passada para o resgate financeiro à Grécia. A própria bolsa de Atenas despencou, fechando em queda de 6,92%.

O padrão se repetiu em toda a Europa. A Bolsa de Paris (França) fechou em queda de 5,38%, Milão (Itália) teve queda de 6,80%, Madrid (Espanha), de 4,19%, Londres (Inglaterra) caiu 2,21% e Frankfurt (Alemanhã) fechou em queda de 5%. Wall Street caiu 2,48%.

Os principais líderes europeus também reagiram com indignação ao referendo. Os representantes da União Europeia pediram à Grécia que cumpra os compromissos com os países da zona do Euro, e argumentaram que o plano de resgate da UE é "a melhor solução" para o país. "Confiamos plenamente que a Grécia vai cumprir os compromissos assumidos com a zona do euro e com a comunidade internacional", afirmaram em comunicado conjunto os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, Herman van Rompuy e José Manuel Durão Barroso, respectivamente.

A decisão de convocar a população para decidir sobre o plano de resgate pode ser uma tentativa de Papandreou de salvar o seu governo, cada vez menos popular diante das medidas draconianas que vem impondo aos gregos, como as demissões em massa, a privatização de empresas públicas e os cortes em programas que garantem o bem-estar social. Segundo uma pesquisa feita há dois dias pela empresa Kappa em Atenas, 60% dos entrevistados é contra ao acordo fechado em Bruxelas com os parceiros europeus da Grécia.

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