sábado, 12 de novembro de 2011

Vitalmiro Bastos de Moura: “Estou preso por causa de política”

Perfumado e com a barba recém-feita, Vitalmiro Bastos de Moura, de 41 anos, chega à sala do Centro de Recuperação do Coqueiro, em Belém, para a entrevista. É a primeira vez desde seu último julgamento, há quase dois anos, que fala com a imprensa. Condenado como mandante da morte da missionária Dorothy Stang, Bida, como é conhecido, está mais magro. Disse ter perdido 20 quilos na cadeia, “de tanto nervoso”. Mas sua vida promete ficar mais fácil. Em outubro passado, conseguiu na Justiça o direito de cumprir o restante de sua pena, de 30 anos, em regime semiaberto. Tenta agora uma transferência para Altamira, onde vive sua família, sob a alegação de que o pai, em estado terminal de câncer, quer se despedir. Se conseguir mais esse benefício, trabalhará na locadora de carros de um conhecido, mas não exatamente para garantir o salário do mês. Apesar de ser considerado analfabeto funcional, Bida acumula bens notáveis. Por apenas uma de suas fazendas, exatamente a que motivou a disputa com Dorothy, pagou o equivalente a R$ 4 milhões. Ele acredita que o emprego possa convencer um juiz a deixá-lo fora da prisão das 6 às 20 horas nos dias de semana.

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