quarta-feira, 7 de março de 2012

Professores da rede pública dão aulas com diplomas falsos em São Paulo

Paulo Saldaña - O Estado de S.Paulo
As escolas públicas de São Paulo têm professores que dão aulas com diplomas falsos. O Estado levantou 19 casos de professores que apresentaram títulos fraudados à Prefeitura de São Paulo e acabaram expulsos. A maioria permaneceu por poucos meses na rede, mas há quem tenha dado aulas com documentos falsos no município por até três anos - outros continuam nas redes estadual e de prefeituras vizinhas.
A.G., de 54 anos, dá aulas na rede estadual com um título falso - Evelson de Freitas/AE
Evelson de Freitas/AE
A.G., de 54 anos, dá aulas na rede estadual com um título falso

Na porta de uma escola estadual na Vila Matilde, zona leste da capital, alunos aprovam as aulas de matemática da professora M.N.R. "Ela é brava, mas é boa professora", disse um aluno de 13 anos que tem aulas com ela na 8.ª série B. A professora passou em um concurso da Prefeitura de São Paulo em 2005, mas, na apresentação do título (de matemática), a Secretaria da Educação apurou que era falso. O caso foi encaminhado imediatamente para o Departamento de Processos Disciplinares (Proced), mas a investigação ficou parada e ela deu aulas até 2008 - quando, enfim, teve a posse anulada.
A falsa professora já lecionava na rede estadual, sem que o Estado duvidasse do documento - situação que permanece. A reportagem fez contato com ela, que bateu o telefone assim que foi informada do tema. "Vocês não têm o direito de tocar nesse assunto", gritou. A Secretaria de Educação afirmou que vai apurar o caso encaminhado.
Também exonerada pela Prefeitura da capital, R.S.G., de 57 anos, confessou ao Estado que comprou um diploma para tentar dar aulas na rede. "Estava desesperada e precisava de dinheiro. O cargo (de professora de desenvolvimento infantil) pedia diploma de magistério e eu não tinha. Então procurei uma pessoa no centro da cidade e comprei", diz ela. "Foi desespero, errei."
O caso ocorreu em 2004 e ela deu aulas por cerca de seis meses até ser desligada, em 2005. No primeiro contato, R.S.G. disse que havia pedido demissão da Prefeitura e depois abandonado a educação - o que não é verdade. Hoje ela é diretora de uma escola municipal no Parque Brasília, em Guarulhos - cargo que já ocupava antes de 2004. Questionada, defendeu-se: "Tenho diploma de Pedagogia, certinho, só comprei aquele". Na escola, é conhecida por outro nome

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