
Em seu despacho, o juiz
alegou que a decisão foi tomada para "proteger a honra e a intimidade da
requerente e seus genitores". O autor do livro, Pedro de Morais aprofundou suas
pesquisas quando trabalhou como juiz em Poço Redondo (SE), cidade na qual
Lampião morreu em 1938."Ex-cangaceiros me falaram que Lampião tinha encontros
amorosos com Luiz Pedro. São histórias comuns na região."
O autor também questiona
Lampião ser o verdadeiro pai de Expedita, porque ele ficou incapacitado de
procriar após ser atingido por um tiro na genitália, em 1922. "A família ficou
incomodada, mas meu livro é sério e embasado . Tenho certeza que vamos cassar a
liminar."
Lampião e seu bando foram
dizimados no dia 27 de julho de 1938, na fazenda Angicos, no sertão de Sergipe.
Foram surpreendidos ainda dormindo, chovia e não perceberam a aproximação da
"volante", com metralhadoras. Houve traição.
Dos trinta e quatro
cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo e Lampião foi um dos primeiros.
Maria Bonita foi gravemente ferida. Seguindo os costumes da época, deceparam as
cabeças. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi
degolada. O mesmo ocorreu com os jagunços com Quinta-Feira, Mergulhão (esses
dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Elétrico, Enedina, Moeda,
Alecrim, Colchete e Macela. E ainda Luiz Pedro, que seria amante de Lampião,
também decepado.
Salgadas e transportadas
em latas de querosene, as cabeças foram expostas em vários locais, atraindo uma
multidão de pessoas. Primeiro, estiveram em Piranhas, cidade vizinha, onde foram
arrumadas cuidadosamente na escadaria da igreja, junto com armas e apetrechos
dos cangaceiros, e fotografadas. Depois, foram levadas a Maceió e ao sul do
Brasil.
Do sul do País, as cabeças
seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de
Odontologia da UFBA. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na
tentativa de se descobrir alguma patologia. Acreditava-se haver peculiaridades
no corpo de alguém que fosse cangaceiro, mas nada foi evidenciado.
Posteriormente, ficaram expostas no Museu Antropológico Estácio de Lima em
Salvador, por mais de três décadas.
Fonte: Taiadablog ( via Blog 48 horas)
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