A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 16 de novembro de 2011, quando a TWB já tinha deflagrado uma megacampanha publicitária visando atrair passageiros para o ferry, que vem registrando ano após ano uma queda acentuada de demanda - dos mais de 1,1 milhão de veículos transportados em 1987, antes da concessão, a demanda despencou para pouco mais de 740 mil carros, no ano passado. A pesquisa reflete outra realidade: o levantamento mostra que impressionantes 40% dos entrevistados só utilizam o serviço uma vez por ano. E, pasmem, apenas 3,1% das pessoas ouvidas durante a pesquisa afirmam realizar a travessia mais de uma vez por semana. Os resultados altamente negativos para a concessionária TWB, jogam por terra também a falácia de autoridades do governo do Estado, que sempre tentam justificar que o serviço é péssimo porque a "demanda também cresceu". O secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, é um dos que gostam de utilizar o fator ''crescimento (negativo) da demanda" para tentar aliviar um pouco a cara da concessionária e do próprio governo, que não cumpre a sua obrigação, que é cobrar e fiscalizar a TWB. Entre os problemas apontados pelos usuários, segundo ainda a pesquisa, as longas filas para carro e pedestres estão no topo da lista, com 30% das reclamações. Já 29,3% dos usuários acham que o número de barcos é insuficiente. Em seguida aparece a lotação, com 16,9%. Sucateamento - A concessionária paulista TWB chegou na Bahia em 2005, no governo de Paulo Souto. No ano seguinte, ganhou a concessão para explorar o sistema ferryboat por longos 25 anos. Pelo contrato, teria que investir nada menos que R$ 100 milhões em 10 anos na renovação da frota e na melhoria da infraestrutura do sistema. Resultado preliminar de uma auditoria feita na TWB, a pedido da Agerba, mostraram que a concessionária paulista, em 6 anos de contrato, não investiu absolutamente nada na Bahia, apesar de ter um grande lucro. Pior que isso: deixou de cumprir a maioria das cláusulas do contrato de concessão. A manutenção dos navios foi abandonada, fato também relatado algumas vezes pela Capitania dos Portos. Vários relatórios de técnicos da Agerba e até de uma empresa especializada mostram que a frota do ferryboat foi sucateada, principalmente a partir do início do Governo Wagner. Desde que chegou à Bahia, depois de perder a concessão da travessia Santos-Guarujá, em São Paulo, por serviços também sofríveis, a TWB passou a acumular uma série de acidentes - um verdadeiro recorde em mais de 40 anos de história do ferryboat. No ano passado, dois acidentes chamaram a atenção e ganharam destaque nacional: a batida do ferryboat "Anna Nery" em um píer do Terminal de São Joaquim, que jogou ao mar o delegado José Magalhães e mais dois ocupantes de seu carro, e o encalhe do ferry "Pinheiro" na praia da Gameleira, em Bom Despacho. Os passageiros do "Pinheiro" foram salvos por pequenas embarcações. Algumas vezes em 2011 os ferries ficaram à deriva na Baía de Todos os Santos. Apesar dos péssimos serviços da TWB, apontados por quase a unanimidade da imprensa e confirmados mais uma vez agora pela pesquisa do Correio, o governo não toma nenhuma medida realmente eficaz para exigir um atendimento digno à população por parte da paulista TWB. |
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Ferryboat da TWB é péssimo, aponta pesquisa.
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