Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo
"Juiz vender férias é uma aberração", afirma o presidente do Colégio
Permanente de Presidentes de Tribunal de Justiça, Marcus Antônio de Sousa Faver.
"Alguns governantes precisam ter coragem para colocar critérios mais rígidos nas
prerrogativas de todos os servidores públicos, inclusive do Judiciário."
Os magistrados têm dois meses de férias por ano, privilégio do qual não abrem
mão. Reside aí o segredo da multiplicação dos zeros nos contracheques em
qualquer corte do País. Muitos juízes, ao invés do descanso, negociam suas
férias com os tribunais aos quais estão vinculados. Juízes vendem e tribunais
compram sob alegação de que o quadro de magistrados é reduzido para tanta
demanda. Esse expediente inflaciona o holerite da toga, sobretudo quando as
férias se acumulam. Lá adiante, quando a corte vai quitar o passivo com o juiz,
agrega ao montante devido um certo fator de atualização monetária.
"Virou uma bola de neve", admite Marcus Faver, de 72 anos, desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça do Rio. Ele presidiu a corte entre 2001 e 2002, também o Tribunal Regional Eleitoral fluminense de 2003 a 2004 e integrou a primeira composição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que anda às turras com o Judiciário desde que iniciou um pente fino nos benefícios dos magistrados e recorreu ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em busca de malfeitos.
Em meio à tensão que marca os tribunais à espera do julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre os limites do CNJ, Marcus Faver falou ao Estado.
A venda de férias pelos magistrados virou um negócio?
Isso passou a ser uma regra entre os funcionários do Judiciário e também do Ministério Público e das defensorias públicas. É regra geral do funcionalismo brasileiro e eu acho errado. Sabe de onde foram copiadas essas gratificações que são dadas hoje aos juízes? Do Ministério Público. Não existia isso na lei, foram copiar do Ministério Público.
Como acabar com isso?
Alguns governantes precisam ter coragem para colocar critérios mais rígidos nas prerrogativas dos funcionários públicos, todos os funcionários, inclusive do Judiciário. O Supremo deve incluir novas regras na Lei Orgânica da Magistratura.
Francisco Leal/AE
'O funcionalismo público, de uma maneira
geral, tem muitas regalias', observou Faver
"Virou uma bola de neve", admite Marcus Faver, de 72 anos, desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça do Rio. Ele presidiu a corte entre 2001 e 2002, também o Tribunal Regional Eleitoral fluminense de 2003 a 2004 e integrou a primeira composição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que anda às turras com o Judiciário desde que iniciou um pente fino nos benefícios dos magistrados e recorreu ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em busca de malfeitos.
Em meio à tensão que marca os tribunais à espera do julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre os limites do CNJ, Marcus Faver falou ao Estado.
A venda de férias pelos magistrados virou um negócio?
Isso passou a ser uma regra entre os funcionários do Judiciário e também do Ministério Público e das defensorias públicas. É regra geral do funcionalismo brasileiro e eu acho errado. Sabe de onde foram copiadas essas gratificações que são dadas hoje aos juízes? Do Ministério Público. Não existia isso na lei, foram copiar do Ministério Público.
Como acabar com isso?
Alguns governantes precisam ter coragem para colocar critérios mais rígidos nas prerrogativas dos funcionários públicos, todos os funcionários, inclusive do Judiciário. O Supremo deve incluir novas regras na Lei Orgânica da Magistratura.
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