quarta-feira, 14 de março de 2012

Trem-bala, Transnordestina, Transposição do São Francisco, obras de infraestrutura da Copa, Dilma é gestora da grotesca fraude da boa gestora — o que mais será preciso, em termos de sacrifício para o país, até que isso seja percebido?

Trem-bala, Transnordestina, Transposição do São Francisco, obras de infraestrutura da Copa, Dilma é gestora da grotesca fraude da boa gestora — o que mais será preciso, em termos de sacrifício para o país, até que isso seja percebido?

A fraude grotesca, acrescento, foi parida mais de três anos antes da chegada de Dilma Rousseff ao gabinete que ganhou do padrinho. Nasceu em 2007, quando a chefe da... Casa Civil que falava pouco por não ter nada de interessante a dizer foi promovida por Lula a Mãe do PAC ─ essa estranha criatura que desde o berço deglute bilhões de reais e só expele licitações malandras, contratos superfaturados, canteiros de obras desertos, creches sem crianças, quadras esportivas sem serventia e muitas, muitas pedras fundamentais.

Cinco anos depois da invenção da sigla, mesmo os candidatos ao Enem municiados pelo vazamento da prova não saberiam o que dizer caso fossem convidados a mencionar uma obra relevante produzida pelo paquiderme estéril. Tampouco conseguiriam citar alguma frase de Dilma Rousseff que mereça espaço na memória nacional. A usina de declarações sem pé nem cabeça é a versão feminina do Pacheco, o magnífico personagem de Eça de Queiroz, que divide com sua reencarnação de terninho o post de setembro de 2009 reproduzido na seção Vale Reprise.

Graças à tibieza da oposição oficial, a farsa da grande gestora atravessou a campanha eleitoral sem topar com zonas de turbulência e entrou em velocidade de cruzeiro depois que Dilma assumiu o manche e passou a pilotar o avião sem bússola e tripulado pelo pior ministério de todos os tempos. Os jornalistas amestrados não devem ser confundidos com os seres que infestam a esgotosfera estatizada. Estes ganham dinheiro para atender a encomendas sórdidas. Aqueles não são míopes por dinheiro.

Os amestrados enxergam nitidamente a presidente sem preparo para livrar da falência uma lojinha em Porto Alegre. Nenhum deles se arriscaria a elegê-la síndica do prédio onde mora. Seguem mentindo para não admitir que ajudaram a forjar uma fraude que, nascida em colunas de jornais, ali sobrevive respirando por aparelhos.

“Não tenho compromisso com o erro”, ensinou o presidente Juscelino Kubitschek nos anos 50. Na Era da Mediocridade, o país é governado por gente que não tem compromisso sequer com os compromissos que assume publicamente: a promessa de hoje será substituída amanhã por outro palavrório inconsequente. Aos olhos dos jornalistas federais, tudo o que se desmancha no ar será sempre sólido enquanto o Planalto disser que é. Eles celebraram meses a fio o triunfo do Fome Zero sobre a pobreza crônica. Sem pausas nem escalas, festejam agora o Brasil sem Miséria, que vai acabar com o que o Fome Zero já acabou. Preferem endossar falácias sucessivas a reconhecer o erro original.

Nenhum comentário:

Postar um comentário