Já está claro que, por enquanto, Carlos
Cachoeira não vai falar nada.
Márcio Thomaz Bastos, seu advogado, estava
usando a sessão para conhecer quais eram as preocupações e a linha de inquirição
dos parlamentares.
Não parece que tenha chegado a hora de
Cachoeira detonar as várias bombas que certamente tem guardadas.
Mas não é preciso muita argúcia para perceber
que ele é, como na música de Chico Jabuti, “um pote até aqui de mágoa”.
Muitos quilos mais magro, está abatido.
Quando levanta o rosto e encara os
parlamentares, nada há de contrito em seu olhar.
Ao contrário: é severo e autoconfiante.
Ali está o senhor de muitos segredos.
Notam-se os maxilares contraídos, tensos,
esmagando ódios e traições.
O mais impressionante é que Cachoeira, se vocês
pensarem bem, tem a faca e o queijo na mão. Sendo quem é e tendo se enfronhado,
como se enfronhou, no sistema político, pode, se quiser, continuar a fazer
negócios.
*Por Reinaldo Azevedo ....
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