A Arquidiocese de São Paulo, entidade máxima da Igreja Católica na capital paulista, entrou no debate da eleição...
A Arquidiocese de São Paulo, entidade máxima da
Igreja Católica na capital paulista, entrou no debate da eleição municipal com
ataques ao PRB, partido de Celso Russomanno, líder nas pesquisas eleitorais.
Nota de repúdio redigida a pedido do arcebispo d. Odilo Scherer levanta dúvidas
sobre a conduta do PRB em caso de vitória eleitoral e classifica o partido como
"manifestadamente ligado à Igreja Universal".
O texto ataca o presidente do PRB e coordenador
da campanha de Russomanno, Marcos Pereira. Ele é pastor licenciado da Igreja
Universal, um dos maiores grupos evangélicos do Brasil.
A nota divulgada nessa quinta-feira, 13, pela
Arquidiocese acusa Pereira de fomentar a discórdia e fazer críticas
destemperadas aos católicos. "Lamentavelmente, se já fomentam discórdia, ataques
e ofensas sem o poder, o que esperar se o conquistarem, mesmo parcialmente, pelo
voto? É pra pensar!", diz o texto.
A nota da Arquidiocese critica especificamente
um artigo escrito e publicado no blog de Pereira em maio de 2011. O texto
afirmava que a Igreja Católica tem o "controle das ações do governo, seja
federal, estadual ou municipal" e a responsabiliza indiretamente pela
distribuição em escolas brasileiras do chamado "kit gay" - material didático de
combate à homofobia. "Estamos vivendo a política da catequização da Igreja de
Roma e, por isso, certamente, estamos vivendo os últimos dias", dizia o artigo
de Pereira. "Simplesmente nos impõem a ditadura das minorias."
Perfil falso. Apesar de ter sido publicado há
mais de um ano, o artigo de Pereira só entrou na campanha esta semana, quando um
usuário falso do Twitter passou a divulgá-lo na rede social. O perfil é
identificado como José Alves e postou sua primeira mensagem há apenas quatro
dias.
A campanha de Russomanno suspeita que
adversários na disputa eleitoral sejam os responsáveis pela divulgação do texto
de Pereira, com o objetivo de fomentar o embate. Líderes evangélicos e católicos
influenciaram o debate eleitoral na campanha presidencial de 2010, quando se
manifestaram contra candidatos que apresentassem propostas contrárias aos
valores de suas igrejas. Petistas atribuem a esse movimento a queda de Dilma
Rousseff (PT) nas pesquisas às vésperas do 1.º turno, quando padres e pastores a
acusavam de defender a descriminalização do aborto.
Neste ano, grupos religiosos ameaçaram atrelar
o candidato do PT, Fernando Haddad, à elaboração do "kit gay" - o próprio
Pereira previa isso em fevereiro. O petista era ministro da Educação quando a
pasta encomendou o kit, cuja distribuição foi vetada pela Presidência.
Segundo Pereira, o texto é antigo. "Era uma
época em que eu estreava o blog e vivíamos um momento específico, que era o
possível lançamento do famigerado kit gay. Querem ressuscitar uma coisa do
passado." O presidente do PRB disse que o artigo não foi um ataque à Igreja
Católica. "Foi uma opinião sobre questão específica naquele momento."
Pereira também destacou que Russomanno é
católico e foi irônico ao comentar trecho da nota que diz que integrantes da
campanha "fomentam a discórdia". "Russomanno é católico. É ele que vai estar no
poder, se vencer. E, portanto, não oferece nenhum risco, já que é
católico".
Integrantes das campanhas de José Serra (PSDB)
e Haddad já esperavam reação da Igreja Católica que apontasse as "contradições"
do candidato do PRB, por causa da ligação de integrantes do partido com a Igreja
Universal. Embora tenham se encontrado recentemente com d. Odilo, negam que
fomentaram a reação.
* Estadão_msn. ...
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