Desde 2007, 67 milhões de trabalhadores foram vítimas da crise mundial, principalmente nos países ricos. Hoje, 28 milhões de pessoas buscam trabalho. Outras 39 milhões já desistiram e abandonaram o mercado de trabalho nesse período. Para a entidade com sede em Genebra, os anos de blindagem dos mercados emergentes em relação à crise acabaram, pelo menos no que se refere aos empregos.
A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,3% ao final de 2012, segundo os dados da OIT. Ela subirá para 6,5% em 2013 e, em 2014, atingirá a marca de 6,6%, a maior desde 2009 e acima da média mundial. Ao final de 2012, o País somava 6,5 milhões de desempregados. Neste ano, o número chegará a 6,9 milhões. Já em 2014, irá superar a marca de 7 milhões de brasileiros.
Tanto em números absolutos quanto em termos percentuais, os dados de 2014 ainda são inferiores aos de 2007. Mas o atual período marcaria, segundo os dados, uma virada. Os números da OIT sobre o Brasil são acompanhados por uma avaliação detalhada da situação latino-americana. A constatação é clara: as economias da região já não crescerão de forma suficiente para absorver a mão de obra até 2017.Segundo a entidade, enquanto os países ricos sofreram com a crise nos últimos cinco ano, países latino-americanos mantiveram a expansão de suas economias graças aos preços de commodities e políticas anticíclicas que tiveram sucesso.
Agora, a OIT alerta que a região vai “sofrer com a desaceleração do comércio global e a queda nos preços de commodities”. As projeções da entidade apontam que a região crescerá menos que a média mundial nos próximos cinco ano e que isso terá um impacto no mercado de trabalho. Depois de quatro anos de queda nos índices, a taxa de desemprego na América Latina irá voltar a aumentar nos próximos cinco anos, passando dos atuais 6,6% em 2012 para 6,7% em 2013 e chegando a 6,8% entre 2014 e 2017. Em uma década, a região terá somado 3 milhões a mais de desempregados que em 2007, com 21,6 milhões no total.Ao contrário dos primeiros anos da crise quando o desemprego foi concentrado nos países ricos, a pressão começa a ser sentida nos mercados emergentes. “Subestimamos o impacto que a crise teria nos países emergentes”,declarou Guy Ryder, diretor da OIT.
Enquanto a taxa de desemprego sofrerá uma queda de 8,7% em 2013 para 8% em 2017 nos países ricos, as economias emergentes terão uma elevação de suas taxas, principalmente no Sudeste Asiático, no Sul da Ásia e na América Latina. A taxa média do desemprego no mundo, que era de 5,4% em 2007, chegou a 5,9% em 2012 chegará a 6% em 2013. Esse patamar não deve cair até pelo menos 2017.
No total, a crise econômica mundial e as medidas de austeridade aplicadas por governos já fizeram 67 milhões de vítimas no mercado de trabalho. “O drama que se vive é de proporções enormes e esses números representam um risco real para a desestabilização social”, alertou Guy Ryder, diretor-geral da OIT. “As taxas que estamos vendo são inaceitáveis”, declarou.
Uma certa redução do desemprego havia sido registrada em 2011. Mas, com a retomada da crise em 2012 na Europa e a volta da recessão em muitas economias, 4,2 milhões a mais de pessoas perderam seus empregos. A número total chegou a 197 milhões de pessoas pelo mundo, 5,9% da mão de obra global. “A desaceleração na economia global foi significativa e isso teve um impacto severo no mercado de trabalho”, disse Ryder.
O que mais preocupa a OIT é que, até 2017, a situação não ficará melhor. A previsão é de que, em cinco anos, mais de 10 milhões de pessoas extras perderão seus trabalhos em todo o mundo. No total, a década entre 2007 e 2017 verá uma acumulação de 41 milhões de pessoas a mais no mundo sem trabalho.Em 2013, serão 5,1 milhões de demissões, além de outras 3 milhões em 2014. Em 2017, o número total de desempregados no mundo será de 210 milhões. “Estamos caminhando na direção errada”, completou Ryder. (Estadão)
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