A pressão
para que Dilma renuncie se tornará "praticamente insustentável", segundo
matéria do jornal O Financista. Não há mais dúvida: a presidente
búlgara está inviabilizada. A crise, repito, tem nome: Dilma.
A pressão pública pela renúncia da presidente Dilma Rousseff vai se tornar praticamente insustentável nas próximas semanas devido à perda do grau de investimento do Brasil. A decisão foi anunciada pela Standard & Poor’s na noite desta quarta-feira (9).
“Grande parte da sociedade já percebia que o governo Dilma está
inviabilizado”, afirma o cientista político Antônio Lavareda. “Agora, a
perda do grau de investimento é o reconhecimento internacional dessa
inviabilidade.”
A S&P
credita o rebaixamento do Brasil para o grau de investimento
diretamente à incapacidade de Dilma e sua equipe de superar a catatonia e
apontar um rumo. No relatório em que comunica sua decisão, a agência
afirma que a série de eventos que levou o governo a propor um orçamento
com um rombo de R$ 30 bilhões para 2016 mostra, sobretudo, uma reduzida
coesão do ministério de Dilma.
“Dada a
magnitude dos desafios político, econômico e fiscal enfrentados pelo
Brasil, assumimos que há um apoio frouxo do ministério para maximizar o
poder de negociação do Executivo com o Congresso”, diz o relatório.
Cada vez mais isolada
Para
Lavareda, toda essa situação vai desembocar nos calcanhares de Dilma. “A
pressão pela renúncia da presidente vai crescer muito”, diz. Ela já
gozava de pouquíssimo apoio popular, com seus minguados 7% de ótimo e
bom entre os brasileiros. Mais de 60% da população defende o impeachment
de Dilma, mas o processo institucional para cassar seu mandato é
demorado e complexo – precisa, por exemplo, de apoio de 2 terços do
Congresso para abrir o processo de cassação. É um quadro que leva
juristas como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa, a afirmar que o impeachment, atualmente, é inviável.
Nesta
quinta-feira (10), os partidos de oposição lançarão uma frente
suprapartidária que defenderá o impeachment e pressionará o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha, a desengavetar os pedidos apresentados à Casa.
Para Lavareda, contudo, um gatilho que pode potencializar o movimento
pela renúncia de Dilma pode vir do Tribunal de Contas da União (TCU),
que julgará, no início de outubro, as contas do primeiro mandato – e a
polêmica prática das pedaladas fiscais. Se as contas forem rejeitadas,
ou aprovadas com ressalvas, haverá um bom pretexto. “A pressão sobre a
presidente será fortíssima”, diz.
Lavareda
não acredita, porém, que o governo possa usar o rebaixamento a seu
favor, tentando jogar a opinião pública contra o Congresso, que resiste a
aprovar aumentos de impostos. O cientista político lembra que é
obrigação do Executivo construir uma maioria no Congresso e apontar
caminhos para a economia.
Em meio à
tempestade que desabará sobre o Palácio do Planalto, a partir desta
quinta-feira, um personagem se fortalecerá: o vice-presidente Michel
Temer, presidente nacional do PMDB, o aliado-adversário do PT no
governo. “A sucessão tem um nome: Temer”, diz.
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