Criação de vagas formais no País cai 56% em fevereiro

BRASÍLIA - O saldo líquido de empregos criados com carteira assinada no País foi de 150.600 em fevereiro, segundo informou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelaram que foram contratados 1.740.062 trabalhadores formais no segundo mês do ano, enquanto 1.589.462 foram desligados.
O volume de postos criados ficou 56,6% abaixo do resultado de fevereiro do ano passado, já atualizado em 347.070 vagas. No primeiro bimestre de 2012, o saldo líquido de empregos gerados foi de 293.987.
O saldo de fevereiro ficou dentro da estimativa dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que ia de 106.500 a 213.001 vagas, e abaixo da mediana projetada no levantamento, de 177.900 vagas.
Comércio e agricultura demitem mais do que contratam
O comércio voltou a demitir mais do que contratar em fevereiro, como já tinha acontecido no mês anterior. No mês passado, o setor demitiu 6.645 pessoas a mais do que contratou, com destaque para o comércio varejista, responsável pelo fechamento de 12.564 postos.
O setor de agricultura também mais demitiu do que contratou no mês passado, um total de 425 vagas.
O setor de serviços foi responsável pela criação de 93.170 postos de trabalho formais em fevereiro, já descontadas as demissões. Em segundo lugar ficou a construção civil, com a geração de 27.811 vagas. Na indústria da transformação, as contratações superaram as demissões em 19.609 postos e, na administração pública, em 14.694 vagas. No segmento extrativo mineral, a criação de postos líquidos foi de 1.490 e, nos serviços industriais, de 896.
Nordeste fecha 9.610 vagas; Sudeste é destaque na contratação
Prejudicado pelo setor sucroalcooleiro, o Nordeste fechou 9.610 postos de trabalho formais em fevereiro. Os destaques de fechamento de mercado no mês passado, já descontadas as admissões do período, foram Pernambuco (-3.844 postos), Alagoas (-3.162) e Paraíba (-3.137).
O Sudeste foi a região que mais contratou trabalhadores com carteira assinada em fevereiro, um total de 93.266 postos já descontadas as demissões. No Sul, o saldo foi de 39.522 vagas; no Centro-Oeste, de 23.457 e, no Norte, de 3.965.
Entre os Estados, São Paulo voltou a liderar, em fevereiro, o volume de contratação de trabalhadores com carteira, um total de 55.754 postos. Minas Gerais registrou saldo líquido de vagas, já descontadas as demissões, de 21.031, enquanto o Rio de Janeiro totalizou 16.071.
O Ministério do Trabalho chamou a atenção ainda para a geração de 15.719 postos formais em Santa Catarina; 14.075, no Paraná; 10.340, em Goiás e 9.728, no Rio Grande do Sul. "Merece destaque também o Distrito Federal (4.195 postos), que obteve o segundo melhor desempenho para o período", destacaram os técnicos em documento divulgado na internet.
Entre os sete Estados que apresentaram queda de emprego em fevereiro, seis estavam localizados no Nordeste e o mau resultado foi atribuído às atividades sucroalcooleiras. No Norte, o Estado do Amazonas desativou 472 postos, influenciado principalmente pelo desempenho da Indústria de Material de Transporte (-346 vagas) e da Indústria de Produtos de Material Elétrico e de Comunicações (-316 postos). ( Célia Froufe, da Agência Estado)