Para os leitores deste blog entenderem melhor
sobre o que aconteceu, resumidamente, aqui apresento alguns números globais do
FGTS do trabalhador.
O FGTS é patrimônio do trabalhador, ou seja, é
uma espécie de poupança que as empresas depositam sobre percentual do salário,
em nome individual de cada um dos trabalhadores.
Atualmente, a Caixa Econômica Federal
administra cerca de 600 milhões de contas, sendo 100 milhões, aproximadamente,
de contas ativas. O patrimônio do trabalhador está, a grosso modo, em R$ 250
bilhões.
O FGTS é, atualmente, remunerado à taxa de 3%
ao ano + TR. Como o TR tende a ficar em 0%, a remuneração do FGTS vem perdendo
seu patrimônio em termos reais.
O número curioso é que a CEF empresta ao
tomador de casa popular à taxa de 7,9% ao ano, divulgado ontem.
A CEF tem lucro líquido de 4,9%
sobre os empréstimos lastreados no FGTS. Além disso, a CEF cobra pela
administração desta conta, em valores líquidos 1%, ou seja R$ 2,5 bilhões.
Comenta-se que a remuneração líquida pudesse ser de no máximo R$ 500 milhões ao
ano.
Bem, vamos ao fatos do título desta matéria. O
governo Lula, e agora governo Dilma, conseguiram que os administradores do FGTS
sacassem a parte do “subsídio” do programa Minha Casa Minha Vida, do FGTS, em
fundo perdido. Este termo "fundo perdido" se aplica aos recursos que saem mas
não voltam. Eu estava pensando que o “subsídio” do programa Minha Casa Minha
Vida viesse do Tesouro Nacional, o que seria natural. Qualquer subsídio teria
que ser arcado pelo conjunto da sociedade. Não foi e não está sendo feito assim.
O “subsídio” está sendo sacado do patrimônio do trabalhador, ou seja, cada
trabalhador individualmente está subsidiando o programa Minha Casa Minha Vida.
Pasmem, senhores leitores, o montante destes
saques, já chega a R$ 24 bilhões até hoje, segundo o senador Paulo Paim (PT-RS)
do próprio partido de ambos presidentes da República. Tudo isto foi dito na
audiência pública sobre o futuro do FGTS, feito em 25 de abril próximo passado,
no Senado Federal. Nem mesmo a senadora Marta Suplicy (PT-SP) presente na
audiência pública não contestou esta afirmativa. São decisões do governo que
passam batido. Nem a imprensa chamou a atenção sobre isto.
Pasmem ainda, que o senador Paulo Paim tomou
conhecimento deste fato naquele dia, 25 de abril de 2012.
Isto é que se chama oferecer benefícios com
chapéu alheio. Tanto o presidente Lula como a presidente Dilma, bradam e
conjugam o verbo fazer, sempre na primeira pessoa do singular. Para ser justo
deveria, no mínimo, fazer referência de que o “subsídio” do programa Minha Casa
Minha Vida está sendo dado pelo conjunto de trabalhadores. Dinheiro do governo
não é! Nem do contribuinte! Quem está subsidiando o programa Minha Casa Minha
Vida são os trabalhadores!
Cadê os sindicalistas do CUT e da Força
Sindical? Agora que estão do lado do Lula e Dilma, fazem de conta que o assunto
não diz respeito a eles. Os tempos mudaram. Acordem, trabalhadores!
* Texto por Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof. UFPR. ....
* Texto por Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof. UFPR. ....
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