O novo esquema de desvios e fraudes no banco
nordestino segue um padrão já estabelecido na longa e rica história da corrupção
brasileira: o uso de laranjas ou notas fiscais frias para justificar empréstimos
ou financiamentos tomados no banco.
Assim como na dança de dinheiro dos tempos do
mensalão, as suspeitas... envolvem integrantes do PT.
Um levantamento feito por ÉPOCA mostra que,
entre os nomes envolvidos nas investigações da CGU e da Polícia Federal, há pelo
menos dez filiados ao PT.
Apresentado ao levantamento e aos documentos, o
promotor do caso, Ricardo Rocha, foi enfático ao afirmar que vê grandes indícios
de um esquema de caixa dois para campanhas eleitorais.
“O número de filiados do PT envolvidos dá
indícios de ação orquestrada para arrecadar recursos”, afirma Rocha.
A maioria das operações fraudulentas ocorreu
entre o final de 2009 e o início de 2011.
Somados, os valores dos financiamentos chegam a
R$ 100 milhões, e a dívida com o banco a R$ 125 milhões.
Acordo milionário revelado ano passado por
ÉPOCA é alvo da ação policial:
A Polícia Federal deu mais um passo, na
investigação das suspeitas de fraude em empréstimos milionários concedidos pelo
Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
A investigação tem por alvo um acordo que reduziu de R$ 65 milhões para R$ 6,6 milhões uma dívida da Frutan, empresa que atua no ramo de fruticultura nos estados do Piauí e Ceará.
O acordo, assinado em 2006 pelo então diretor
de administração do banco, Victor Samuel Ponte, foi revelado ano passado por
ÉPOCA. Victor Ponte, que acabou demitido após o escândalo, havia sido indicado
para o cargo pelo deputado federal e pré-candidato à Presidência da República
Ciro Gomes (PSB-CE). Antes de assumir o posto, Ponte atuou como arrecadador de
campanha de Ciro.
O Banco do Nordeste é uma instituição pública
que usa recursos federais para financiar projetos de desenvolvimento na região.
Entre 2003 e 2006, passaram pelo caixa do banco R$ 13 bilhões em recursos do
Fundo Constitucional do Nordeste. Documentos obtidos por ÉPOCA, dentre eles
relatórios produzidos pela auditoria do próprio banco, já apontavam
irregularidades no acordo firmado por Victor Ponte com a Frutan. Uma delas
básica: ele não poderia ter autorizado a redução da dívida da empresa sem
submeter a proposta aos demais diretores. Há suspeitas mais graves. No mesmo dia
em que a redução da dívida foi acertada, os sócios da Frutan firmaram um termo
aditivo ao contrato em que registram o que chamam de “declarações e obrigações
das partes”.
No documento, entre as despesas a serem
divididas pelos sócios havia “R$ 660 mil, equivalentes a 10% do valor do acordo,
a título de honorários de sucumbência dos advogados do BNB”. Os advogados do
banco dizem nunca ter recebido o dinheiro – e nem poderiam, pois já recebem
salário para defender o BNB. Os investigadores suspeitam que os R$ 660 mil
possam ter sido usados para pagamento de propina.
* Fonte: Grupo Resistência Democrática e Revista Época ......
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