O
ex-governador Paulo Souto (DEM) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima
(PMDB) entraram em acordo e irão disputar juntos a eleição deste ano. A
tão negociada união das oposições foi firmada em uma reunião que
terminou na madrugada de quarta-feira, e selou a chapa majoritária:
Souto disputará o cargo de governador do estado, Geddel uma vaga do
Senado.
O inesperado Joaci
Góes, ex-deputado constituinte do PSDB, é quem disputará o posto de
vice-governador. A aliança será anunciada em ato oficial marcado para
segunda-feira.
Ontem, o grupo começou a correr para recuperar o
tempo perdido na negociação de alianças. Os presidentes estaduais do
PSDB, Sérgio Passos, PTN, deputado estadual João Carlos Bacelar, do
Pros, deputado federal Maurício Trindade, e do PPS, vereador Joceval
Rodrigues, foram à casa de Geddel para agradecê-lo em ter aceitado abrir
mão de sua candidatura a governador em favor de Souto.
“Só não veio o PV, porque Ivanilson Gomes
(presidente da legenda) está em Brasília, mas ele ligou para mandar um
abraço”, disse Paulo Azi, deputado estadual e presidente do DEM. Segundo
ele, nos próximos dias, esses partidos irão sentar para negociar a
aliança.
Segundo
o prefeito ACM Neto, a união do DEM e do PMDB é um fator que pode
atrair novos aliados para o grupo oposicionista. “Existem muitos
partidos que podem participar desta grande aliança, alguns, inclusive,
que já estão conversados e sinalizam um desejo de caminhar conosco.
Agora, o nosso esforço será no sentido de costurar a mais ampla aliança
possível”, disse Neto.
Antes de fechar a aliança, Geddel já negociava o
apoio de outros partidos de menor expressão política para um possível
voo solo. São eles o PPS, PSC, PRP, PTdoB, PSDC, PEN, PTC, PMN e PPL,
que agora espera agregar à campanha de Souto. “Comuniquei a eles a minha
decisão e agora estou empenhado, tudo que estava fazendo para mim eu
vou fazer para Paulo Souto”, disse o peemedebista.
O presidente estadual do PPS, vereador Joceval
Rodrigues, revelou que ontem mesmo já começaram as conversas sobre
montagem de chapas proporcionais (para a disputa de vagas na Assembleia
Legislativa e Câmara Federal).
“Nos interessa saber o que é mais vantajoso para
nós, para eleger mais deputados”, disse ele, que ainda negocia com a
pré-candidata ao governo pelo PSB, a senadora Lídice da Mata.
Acordo
A decisão dos partidos de oposição em torno do nome
de Souto para candidato ao governo do estado aconteceu no início da
semana passada, mas o prefeito ACM Neto, que conduzia as negociações,
preferiu adiar o anúncio oficial para que houvesse tempo para convencer
Geddel a manter-se unido ao grupo.
O presidente do PMDB baiano chegou a conversar com o
pré-candidato à presidência do PSB, o ex-governador Eduardo Campos, de
Pernambuco, em busca de apoio. Ouviu, todavia, que não teria mais como
retirar de Lídice a cabeça da chapa na Bahia.
Frustraram-se aqueles que pensavam que os interesses de natureza individual iriam prevalecer. A chapa reflete a vontade popular
Paulo Souto (DEM), pré-candidato a governador
Vice
Nas rodadas de negociações diárias com a oposição,
Geddel chegou a concordar em disputar uma vaga no Senado, desde que
tivesse o direito a escolher também a vaga de vice, até então prometida
ao PSDB, que havia indicado o ex-prefeito de Mata de São João, João
Gualberto. A tentativa de tirar os tucanos da chapa gerou reação dos
líderes do partido, que foram à imprensa cobrar o acordo.
Segundo Geddel, apesar do mal-estar, líderes do DEM
teriam lhe dado o direito de indicar também o vice. “Foi oferecido ao
PMDB as duas vagas, senado e o vice. Colocar um nome do partido (na
vice) seria restritivo do ponto de vista partidário. Então chamei Joaci
Góes, que além de sua biografia conhece a fundo o nosso estado. Nada de
pessoal contra quem quer que seja, mas escolher o mais forte é
importante para a vitória”, disse.
Ele falou não temer a cogitada infidelidade de
prefeitos que historicamente estiveram ligados ao grupo carlista, e
porventura peçam votos a Souto, mas apoiem ao Senado o nome de Otto
Alencar (PSD), e não o seu. “O que eu posso dizer é que em nenhuma
circunstância meu eleitor vai votar em Rui Costa (candidato do PT). Eu
na política faço sempre a minha parte. Somos uma só chapa, um só corpo”,
cobrou.
Escolhido para comandar o bloco da oposição, o
ex-governador Paulo Souto disse estar preparado para as comparações
entre seus dois mandatos de governador e os de Jaques Wagner. “Não é
isso que a população espera, mas que possamos falar do que cada um de
nós pensa para o futuro da Bahia. Mas de forma nenhuma vou fugir de
debate nesse sentido. O governo atual é simplesmente indefensável”,
disse ele.
O pré-candidato adiantou que nos próximos dias
organizará uma agenda de viagens ao interior do estado para “começar a
ouvir a população”.
Joaci Góes, por sua vez, prometeu entrar de cabeça
nas discussões sobre educação. “Só com educação de qualidade você vai
conseguir transformar a realidade social, e na Bahia a educação
praticada é péssima. Tudo isso tem repercussão em todas as outras
coisas, inclusive nos índices de violência”, afirmou.
Rui Costa prevê campanha com comparação entre governos
No campo governista, o deputado federal Rui Costa
(PT), que disputará o cargo de governador, ressaltou o adversário, que
considerou mais difícil que Geddel. “Ao contrário, já que ele já foi
governador duas vezes, secretário, senador”, disse.
Segundo o petista, na campanha será feita a
comparação entre os oito anos de gestão petista com os oito anos em que
Souto foi governador. “Vai dá para ver que, no futuro, é melhor dar
continuidade ao governo do PT”, completou Costa.
Sua chapa, que possui o apoio de dez partidos,
também já está completa: tem o deputado federal João Leão (PP) na vice e
o vice-governador Otto Alencar (PSD) na disputa pelo Senado.
A senadora Lídice da Mata (PSB) encabeça outra
chapa, que tem a ex-ministra do STJ Eliana Calmon como concorrente ao
Senado, mas que permanece com o vice ainda indefinido. A senadora ainda
não recebeu apoios. ....
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