Um levantamento feito pela organização não-governamental (ONG) Contas Abertas com base em dados do Tesouro Nacional mostra que o ministro Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, repassou 90% da verba da pasta destinada para prevenção de desastres para seu Estado de origem, Pernambuco. Os dados do levantamento estão em reportagem publicada nesta terça-feira (3) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com a reportagem, dos gastos autorizados e pagos em 2011, Pernambuco recebeu R$ 25,5 milhões para a realização de duas obras, 14 vezes mais do que o segundo colocado, o Paraná, que sofreu com fortes chuvas que provocaram enxurradas e deslizamentos no ano passado. Para o Paraná, o ministério liberou R$ 1,8 milhão dos R$ 28,4 milhões pagos em obras autorizadas em 2011.
“A concentração de verbas do programa de prevenção e preparação para desastres em Pernambuco foi tão grande que o Estado lidera o ranking da liberação de dinheiro da União mesmo quando é considerado o pagamento de contas pendentes deixadas pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse ranking, Pernambuco é seguido pelos Estados da Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Paraná.” |
De acordo com o jornal, o ministro Fernando Bezerra não respondeu às sobre as informações contidas no relatório. Ele é cotado como pré-candidata a prefeito de Recife, e teria sido indicado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O secretário adjunto de Defesa Civil, coronel Ivan Ramos, negou qualquer repasse indevido de verba.
“Não vamos entrar nesse mérito, mas há mais obras previstas no Estado. Não é um direcionamento político, é uma decisão de fazer obras que vão resolver a vida das pessoas no Estado” |
“A ONG Contas Abertas deveria ter considerado outros programas federais na contabilidade sobre gastos com prevenção de desastres, como ações de contenção de encostas e macrodrenagem, sob responsabilidade do Ministério das Cidades, além do Programa Minha Casa, Minha Vida, que tem parte de recursos destinados à alocação de famílias de áreas de risco.(…) Segundo o ministério, a transposição do São Francisco, de custo reestimado em R$ 6,9 bilhões, também deveria ser levada em conta: ‘A obra da transposição a rigor é uma grandiosa ação de prevenção à estiagem e à seca, desastres naturais classificados no nosso Código de Desastres’.” |
Keila Cândido ( Fonte Època)
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