O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL),
aquele que já caçou marajás um dia e que se dedica hoje a caçar jornalistas,
acusa fanaticamente um profissional da VEJA de ter-se unido a bandidos etc. e
tal. Ele finge não saber a diferença entre conversar com quem quer que seja em
busca de informações e, de fato, se associar à bandidagem. E parece não saber a
diferença faz tempo!
Lembram-se do Dossiê Cayman — aquilo, sim, uma
picaretagem armada contra os tucanos?
O caso foi investigado pela Polícia Federal,
pelo FBI e pela Interpol.
Conclusão: Collor recebeu o papelório.
E sua família, segundo as investigações, pagou
US$ 2,2 milhões por eles.
Quem mesmo, senador, negocia com
bandidos?
Ou não eram bandidos os que armaram aquela
tramoia?
O que Vossa Excelência queria de posse daquela
falcatrua?
Por certo, não era fazer reportagens, ainda que muitos repórteres tenham sido pautados, não é mesmo?
Por certo, não era fazer reportagens, ainda que muitos repórteres tenham sido pautados, não é mesmo?
Leiam o que informou a Folha no dia 12 de
dezembro do ano passado. Eis que, cinco meses depois, temos o valente senador
posando (Emir Sader, seu neoamigo do PT, escreveria “pousando”) de grande
moralista, a acusar gente decente de se envolver com bandidos.
Por José Ernesto Credendio:"Investigação da Polícia Federal afirma que a família do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) pagou em 1998 pelo dossiê Cayman, conjunto de papéis forjados para implicar tucanos com supostas movimentações financeiras no exterior.
Por José Ernesto Credendio:"Investigação da Polícia Federal afirma que a família do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) pagou em 1998 pelo dossiê Cayman, conjunto de papéis forjados para implicar tucanos com supostas movimentações financeiras no exterior.
Segundo o inquérito, o senador teria recebido
pessoalmente a papelada das mãos de um envolvido, em Maceió. As conclusões são
baseadas em investigações da Polícia Federal, do FBI (nos Estados Unidos) e da
Interpol. Collor não foi indiciado por não ter participação direta no pagamento
nem na elaboração dos papéis, mas é citado como beneficiário do caso.
De acordo com a investigação, o dossiê custou
US$ 2,2 milhões em valores da época, pagos a partir de uma conta controlada por
Leopoldo Collor, irmão do senador, no paraíso fiscal das Bahamas.
Os irmãos Collor caíram em um engodo, diz o
inquérito, já que na prática pagaram uma fortuna por papéis grosseiramente
falsificados.
A investigação rastreou as viagens feitas pelos
envolvidos na produção e na difusão do dossiê. Eles transitam por EUA, França e
Salvador, onde houve escala do avião. Por fim, chegam a Maceió.
Os documentos mostram como uma “offshore” no
Uruguai, em nome de um laranja de Leopoldo Collor, controlava uma conta nas
Bahamas.
E como foi a negociação para que o dinheiro
fosse depositado em um banco em Coral Gables, uma cidade na Flórida (EUA), sem
deixar rastros. Mas o FBI entrou no caso e conseguiu, ao lado da Interpol,
apurar as conexões.
O valor da venda apareceu em uma agência do
Eurobank na cidade norte-americana, conforme autorização de transferência
bancária de 31 de agosto de 1998. Parte da trama foi relatada à investigação por
Raymundo Nonato Lopes Pinheiro, então diretor internacional de comercialização
da Rede Globo e réu no processo. “Laranja” de Leopoldo, ele confirma que é autor
do documento que permitiu a transferência bancária, por meio de procuração.
Nonato disse à PF que conhecia Leopoldo desde
os 17 anos. A existência da empresa “offshore” foi confirmada pelo irmão de
Collor.
A conta em Coral Gables era, no papel, de
Martha Volpato, indicada para receber o pagamento pelo dossiê e, assim, evitar
que o negociador surgisse na transação.
O principal negociador é Luiz Claudio Ferraz da
Silva, amigo de Leopoldo. Ele teria entregue os papéis a Fernando Collor em 5 de
setembro de 1998, em Maceió.
Martha, que recebeu US$ 20 mil, chegou a ser
presa em outra operação da PF. As investigações estão em processo na 10ª Vara de
Justiça Federal de Brasília, quase pronto para julgamento."
Encerro
Como se vê, o lobo pode mudar de pelo, mas não
de hábitos. (Por Reinaldo
Azevedo) .....
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